Moeda e Inflação
A Função da Demanda por Moeda e a Equação Quantitativa
M/P = encaixe monetário
Os encaixes monetários medem o poder aquisitivo do estoque monetário.
A função da demanda por moeda mostra o quanto de moeda as pessoas gostariam de ter em mãos para realizar transações.
(M/P)^d = kY
Na qual k representa uma constante que os informa a quantidade de moeda que as pessoas desejam ter em mãos, para cada unidade monetária de renda.
Essa função da demanda por moeda proporciona uma forma diferente de ver a equação quantitativa. Para verificar tal fato, vamos igualar a demanda por encaixes monetários reais [(M/P)^d] com a oferta de moeda (M/P).
M/P = kY
Uma simples reformulação dos termos modifica essa equação para M(1/k) = PY
Que pode ser escrita como
MV = PY
Tal que V = 1/k
Quando as pessoas desejam ter uma grande quantidade de moeda em mãos, o parâmetro k é grande e V é pequeno. Quando as pessoas não desejam ter uma grande quantidade de moeda em mãos, elas transacionam mais rápido. Nesse caso, k é pequeno e V é grande.
Se estabelecermos a premissa que a velocidade da moeda é constante, chegamos na teoria quantitativa da moeda.
Moeda, Preços e Inflação
A teoria quantitativa tem três fundamentos:
1) Os fatores de produção e a função de produção determinam o patamar de produção, Y.
2) A oferta monetária, M, determina o valor nominal da produção, Y. Essa conclusão decorre da equação quantitativa e do pressuposto de que a velocidade da moeda é constante.
3) O nível de preços, P, corresponde, então, à proporção entre o valor nominal da produção, PY, e o nível de produção, Y.
A capacidade da economia determina o PIB real e a quantidade de moeda o PIB nominal.
O efeito Fisher
O economista Irving Fisher mostrou a seguinte relação:
Taxa de juros nominal = taxa de juros real + inflação
ou
i = r + ӆ
''De acordo com a teoria quantitativa, um aumento de 1% na oferta monetária provoca um aumento de 1% na taxa de inflação. De acordo com a equação de Fisher, um aumento de 1% na inflação provoca um aumento de 1% na taxa de juros nominal ''
A relação de um para um, entre a taxa de inflação e a taxa de juros nominal, é chamada efeito Fisher.
Taxa de juros Ex Ante e Ex Post
Quando ocorre uma transação entre o cliente e o banco, ambos não sabem qual será a taxa de juros real no final do empréstimo. No momento da transação, a taxa de juros real esperada por ambas as partes é a taxa de juros real ex ante. A taxa de juros real ex post é a taxa real que efetivamente ocorreu no período.
Ambos os participantes desta transação, embora não saibam com exatidão, possuem expectativas em relação a taxa de inflação. Façamos com que ӆ represente a inflação futura e Eӆ a expectativa de inflação futura. a taxa de juros real ex ante é:
i - Eӆ
Enquanto a taxa de juros real ex post é:
i - ӆ
A taxa de juros nominal so consegue se ajustar a inflação esperada. O efeito Fisher é escrito de modo mais preciso como:
i = r + Eӆ
A taxa de juros real ex antes, r, é determinada por meio do equilíbrio no mercado para bens e serviços. A taxa de juros nominal, i, se desloca em compasso equitativo com as mudanças na inflação esperada, Eӆ.
Moeda Futura e Preços Correntes
Segundo a teoria quantitativa da moeda, a demanda e oferta de moeda determinam o nível de preço de equilíbrio. As alterações do nível de preços determinam a inflação. A inflação afeta a taxa de juros nominal, por meio do efeito Fisher. Como a demanda por moeda é influenciada pela taxa de juros nominal também - quanto maior a taxa de juros nominal, maior o custo de oportunidade de segurar moeda, esta passa a afetar a demanda por moeda.
A equação que define a demanda por moeda é:
(M/P) = L(i,Y)
Isso é: a demanda por moeda (M/P) é diretamente proporcional a i(taxa de juros nominal) mais Y(renda).
Usando o que aprendemos com Fisher, podemos substituir a taxa nominal pela taxa real mais a inflação esperada.
M/P = L(r + Eӆ, Y)
Ou seja, a taxa de inflação espera vai influenciar na quantidade de encaixes monetários.
Segundo a teoria quantitativa da moeda, a oferta monetária de hoje determina o nível de preço de hoje. Essa afirmação é verdadeira desde de que tudo permaneça constante. Mas a taxa nominal de juros não é constante. Ela depende da inflação esperada.
Essa equação nos diz que o nível de preços não depende apenas da oferta monetária atual, mas, também, da oferta monetária esperada no futuro.
Se o BACEN anunciar que vai aumentar a oferta monetária daqui a dois meses, não mexendo em nada no momento em que fez o anuncio, as pessoas vão esperar uma inflação mais elevada daqui a dois meses e isso vai aumentar a taxa de juros nominal. Uma maior taxa de juros nominal aumenta o custo de se manter moeda parada, por consequente, diminui a demanda por encaixes monetários reais. Uma vez que o BACEN não modificou a oferta de moeda no presente, a menor demanda por encaixes monetários reais acarreta um nível de preços mais alto.
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