Na qualidade de único produtor de determinado bem, o monopolista encontra-se em uma posição singular. Mas isso não significa que ele possa cobrar qualquer preço que desejar. Para poder maximizar os lucros, o monopolista deve, primeiro, determinar os custos e as características da demanda de mercado.
O preço unitário recebido pelo monopolista é obtido diretamente da curva de demanda de mercado. De modo equivalente à determinação do preço, a quantidade que ele venderá a esse preço também pode ser deduzida diretamente da curva de demanda de mercado.
Quando a receita marginal é positiva, a receita aumenta com o aumento da quantidade; contudo, quando a receita marginal é negativa, a receita diminui.
Quando a curva de demanda é descendente, o preço (receita média) é superior à receita marginal, já que todas as unidades são vendidas ao mesmo preço. Se as vendas aumentarem em 1 unidade, o preço deve diminuir. Nesse caso, todas as unidades vendidas, e não apenas aqueles unidades adicional, obtêm uma receita menor.
A figura abaixo ilustra a receita média e a receita marginal para os dados contidos na tabela acima. A curva de demanda é uma linha reta e, nesse caso, a curva de receita marginal tem inclinação duas vezes maior do que a curva de demanda (e o mesmo ponto de interseção com o eixo vertical).
Decisão de Produção do Monopolista
O monopolista deve produzir no ponto em que CMg = RMg.
Na figura abaixo, a curva de demanda, D, é a curva de receita média do monopolista. São também apresentadas as curvas correspondentes de receita marginal, RMg, de custo médio, CMe, e de custo marginal, CMg. Então, da curva de demanda, podemos encontrar o preço P* que corresponde à quantidade Q*.
Como ter certeza de que Q* é a quantidade capaz de maximizar o lucro?
Suponhamos que o monopolista produza uma quantidade menor, Q1, e receba o preço correspondente maior, P1. Como mostra a figura acima, a receita marginal então excederia o custo marginal. Nesse caso, se o monopolista produzisse um pouco mais do que Q, ele poderia auferir um lucro extra (RMg-CMg), aumentando, portanto, o lucro total. De fato, o monopolista poderia continuar aumentando o nível de produção e o lucro até atingir o nível de produção Q*, ponto em que o lucro incremental obtido por meio da produção de uma unidade adicional de produto seria zero. Portanto, a quantidade mais baixa Q1 não maximizaria o lucro, apesar de permitir que o monopolista cobre um preço mais elevado. Se ele produzisse Q1 em vez de Q*, o lucro total seria diminuído em um valor representado pela área sombreada situada abaixo da curva RMg e acima da curva CMg, entre Q1 e Q*.
Na figura acima, a quantidade mais alta, Q2, também não é capaz de maximizar o lucro. Para essa quantidade, o custo marginal excede a receita marginal. Por isso, se o monopolista produzisse um pouco menos do que Q2, poderia aumentar o lucro total (em um valor igual a Cmg - RMg). ele poderia aumentar o lucro ainda mais se reduzisse o nível de produção até atingir Q*. O maior lucro obtido pelo nível de produção Q*, em vez de Q2, é representado pela área situada abaixo da curva CMg e acima da curva RMg, entre Q* e Q2.
Podemos também verificar algebricamente a razão pela qual Q* é capaz de maximizar o lucro. O lucro, π, é a diferença entre a receita e o custo, ambos dependentes de Q:
π(Q) = R(Q) - C(Q)
À medida que Q aumentar a partir de zero, o lucro se elevará até atingir um valor máximo, após o qual começará a cair. Portanto, a quantidade Q capaz de maximizar o lucro é aquela para a qual o lucro incremental resultante de um pequeno aumento em q é exatamente igual a zero (isto é, Δπ/ΔQ = 0). Então, temos:
Δπ/ΔQ = ΔR/ΔQ - ΔC/ΔQ = 0
Mas ΔR/ΔQ é a receita marginal e ΔC/ΔQ é o custo marginal. Portanto, a condição para maximizar o lucro é que RMg-CMg = 0, ou seja, RMg = CMg.
Regra Prática para Determinação de Preços
Sabemos que o preço e a quantidade devem ser escolhidos de tal modo que a receita marginal seja igual ao custo marginal, mas de que forma o administrador de uma empresa pode descobrir na prática os níveis corretos de preço e quantidade?
Primeiros, reescrevemos a expressão da receita marginal:
RMg = ΔR/ΔQ = Δ(PQ)/ΔQ
Observe que a receita adicional decorrente de uma unidade incremental, Δ(PQ)/ΔQ, possui dois componentes.
1) A produção de uma unidade extra e a venda ao preço P geram uma receita igual a (1)(P) = P.
2) Mas como a empresa defronta-se com uma curva de demanda com inclinação descendente, a produção e a venda dessa unidade extra resultarão em uma pequena queda no preço ΔP/ΔQ, a qual reduz a receita de todas as unidades vendidas.
Portanto, temos:
RMg = P + QΔP/ΔQ = P + P(Q/P)(ΔP/ΔQ)
Obtivemos o lado direito da expressão tomando o termo Q(ΔP/ΔQ) e multiplicando-o e dividindo-o por P. Lembre-se de que a elasticidade da demanda é definida por Ed = (P/Q)(ΔQ/ΔP). Dessa maneira, (Q/P)(ΔP/ΔQ) é o valor inverso da elasticidade da demanda, ou seja, 1/Ed, medido no nível de produção capaz de maximizar lucros, então:
RMg = P + P(1/Ed)
Agora, como o objetivo da empresa é maximizar lucros, podemos igualar a receita marginal ao custo marginal:
P + P(1/Ed) = CMg
e, reordenando os termos da equação anterior, temos:
(P-CMg)/P = -(1/Ed)
Essa relação torna possível uma regra prática para a determinação do preço. O lado esquerdo da equação, (P-CMg)/P, é o markup sobre o custo marginal apresentado como percentual do preço. A relação informa-nos que esse markup deveria ser igual ao negativo do inverso da elasticidade da demanda.
Da mesma maneira, podemos reordenar os termos dessa equação para que ela possa expressar o preço diretamente como divisão do markup sobre o custo marginal:
P = CMg / [1+(1/Ed)]
De que modo o preço definido pelo monopolista se compara ao preço do mercado competitivo? Em um mercado perfeitamente competitivo, o preço de mercado torna-se igual ao custo marginal. Um monopolista cobra um preço superior ao custo marginal, mas o valor superior depende do inverso da elasticidade da demanda. Se a demanda for extremamente elástica, Ed será um grande número negativo e o preço resultante estará muito próximo do custo marginal. Nesse caso, um mercado monopolizado pode se parecer muito com um mercado competitivo. De fato, quando a demanda é muito elástica, não é muito vantajoso ser um monopolista.
Perceba também que um monopolista nunca produzirá uma quantidade que esteja na porção inelástica da curva de demanda - isto é, onde a elasticidade da demanda é inferior a 1 em valor absoluto.
Deslocamento da Demanda
Em um mercado competitivo, existe uma relação nítida entre o preço e a quantidade ofertada. Essa relação é representada pela curva de oferta, que representa o custo marginal de produção para a indústria como um todo. A curva de oferta informa-nos qual a quantidade que deve ser produzida para cada preço.
Um mercado monopolista não dispõe de curva de oferta. Em outras palavras, nele não existe uma relação biunívoca entre preço e quantidade produzida. Isso ocorre porque a decisão sobre o nível de produção do monopolista depende não só do custo marginal, mas também do formato da curva de demanda. Em consequência, deslocamentos da demanda não dão indicação de uma série de preços e quantidades que correspondem a uma curva de oferta competitiva. Ao contrário, os deslocamentos da demanda podem resultar em variações de preço sem que exista mudança na produção, alterações da produção sem que ocorra variação no preço. ou mudanças tanto de preço como de produção.
Esse princípio é ilustrado na figura abaixo. Nas duas partes da figura, a curva de demanda é inicialmente D1, a curva de receita marginal correspondente é RMg1 e o preço e a quantidade iniciais do monopolista são, respectivamente, P1 e Q1. Na figura (a), a curva de demanda é deslocada para baixo e sofre um movimento de rotação. As novas curvas de demanda e receita marginal são, respectivamente, indicadas por D2 e RMg2. Observe que RMg2 cruza com a curva de custo marginal no mesmo ponto que RMg1. Em consequência, a quantidade produzida permanece inalterada. No entanto, o preço cai para P2.
Na figura b, a curva de demanda é deslocada para cima, sofrendo também um movimento de rotação. A nova curva de receita marginal, RMg2, cruza a de custo marginal em um nível mais elevado de produção, Q2, em vez de Q1. Entretanto, o deslocamento da curva de demanda é tal que o preço cobrado permanece exatamente o mesmo.
Deslocamentos da demanda costumam provocar variações tanto do preço como da quantidade. Mas os casos especiais mostrados nas figuras acima ilustram uma distinção importante entre monopólio e a oferta competitiva. Um setor competitivo oferta uma quantidade específica para cada nível de preço. Não existe uma relação desse tipo para o monopolista, o qual, dependendo do deslocamento da demanda, pode produzir quantidades diferentes ao mesmo preço ou a mesma quantidade a preços diferentes.
Efeito de um Imposto
Um imposto sobre a produção pode também ter sobre o monopolista um efeito diferente daquele que teria se incidisse em um setor competitivo. No monopólio, o preço ás vezes pode apresentar elevação superior ao valor do imposto.
A análise do efeito do imposto sobre um monopolista é simples. suponhamos que um imposto específico de t dólares por unidade passe a ser cobrado, de tal forma que o monopolista tenha de remeter t dólares ao governo para cada unidade vendida por ele. Portanto, o CMg da empresa (e também seu custo médio) é elevado em um valor igual ao imposto t. Sendo CMg o custo marginal original da empresa, a decisão do nível de produção ideal será agora expressa por
RMg = CMg + t
Graficamente, temos de deslocar a curva de custo marginal para cima por um valor igual a t e então podemos descobrir a nova interseção com a curva de RMg. A figura abaixo ilustra esse fato. Q0 e P0 são, respectivamente, a quantidade e o preço antes da vigência do imposto, e Q1 e P1 são a quantidade e o preço após o imposto.
2 - PODER DE MONOPÓLIO
Medindo o Poder de Monopólio
Para a empresa competitiva, o preço é igual ao custo marginal; para a empresa com poder de monopólio, o preço é superior ao custo marginal. Portanto, uma forma de medir o poder de monopólio é examinar a medida pela qual o preço que maximiza o lucro excede o custo marginal. Em particular, podemos utilizar a relação de markup, ou seja: preço menos custo marginal, dividido pelo preço. Esta regra é chamada de Índice de Lerner de Poder de Monopólio.
L = (P-CMg)/P
O índice de Lerner tem sempre valor entre zero e um. Para uma empresa perfeitamente, temos P = CMg, logo L = 0. Quanto maior o L, maior o poder de monopólio.
Esse índice de poder de monopólio pode também ser expresso pela elasticidade da demanda com que a empresa se defronta.
L = (P-CMg)/P = -1/Ed
Sendo Ed a elasticidade da curva de demanda da empresa e não do mercado.
Um considerável poder de monopólio não implica necessariamente a obtenção de altos lucros. Os lucros dependem da relação entre custo médio e preço.
Regra Prática para a Determinação de Preços
Podemos calcular o preço como um simples markup sobre o custo marginal:
P = CMg
[1+(1/Ed)]
Lembrando que Ed é a elasticidade da curva de demanda da empresa e não do mercado.
Se a elasticidade da demanda da empresa for grande, o markup será pequeno. Se a elasticidade da demanda da empresa for pequena, o markup poderá ser grande.
3 - FONTES DO PODER DE MONOPÓLIO
Quanto menos elástica for a curva de demanda da empresa, maior poder de monopólio ela terá. O determinante definitivo do poder de monopólio é, portanto, a elasticidade da demanda da empresa.
Três fatores determinam a elasticidade da demanda de uma empresa:
1 - A elasticidade da demanda de mercado. Como a demanda da própria empresa será pelo menos tão elástica quanto a do mercado, a elasticidade da demanda do mercado limita o potencial de poder de monopólio.
2 - O número de empresas atuando no mercado. Se existirem muitas empresas, será pouco provável que qualquer uma delas tenha possibilidade de influenciar significativamente no preço de mercado.
3 - A interação entre as empresas. Mesmo que apenas duas ou três empresas estejam atuando no mercado, nenhuma delas terá possibilidade de elevar o preço com lucro caso exista uma agressiva concorrência entre elas, com cada empresa procurando capturar a maior fatia possível de mercado.
4 - CUSTOS SOCIAIS DO PODER DE MONOPÓLIO
Sob monopólio, o preço é mais alto e os consumidores compram menos. Por causa do preço mais alto, os consumidores que adquirem a mercadoria perdem parte de seu excedente, conforme o valor representado pelo retângulo A. E os consumidores que não podem adquirir a mercadoria ao preço Pm, mas a comprariam ao preço Pc, também perdem excedente - ou seja, conforme o valor representado pelo triângulo B. A perda total de excedente do consumidor é A+B. O produtor, entretanto, ganha o retângulo A ao vender por preço mais alto, mas perde o triângulo C, que representa o lucro adicional que teria ganhado vendendo Qc-Qm pelo preço Pc. O ganho total de excedente do produtor é, portanto, A-C. Subtraindo a perda de excedente do consumidor do ganho de excedente do produtor, encontramos uma perda líquida de excedente, representada por B+C.
Esse é o peso morto decorrente do poder de monopólio. Mesmo que os lucros do monopolista sofressem incidência de impostos, posteriormente distribuídos aos consumidores dos produtos, existiria uma ineficiência, pois o nível de produção seria menor do que sob competição. O peso morto é o custo social dessa ineficiência.
Captura de Renda
Na prática, o custo social do poder de monopólio pode exceder o peso morto indicado pelos triângulos B e C da figura acima. A razão é que a empresa se envolve no processo de captura de renda: despende grandes somas com esforços socialmente improdutivos para adquirir, manter ou exercer o poder de monopólio.
É de se esperar, portanto, que o incentivo econômico faça com que os custos de captura de renda tenham uma relação direta com os ganhos do poder de monopólio (ou seja, a diferença entre o retângulo A e o triângulo C). Portanto, quanto maior for a transferência dos consumidores para a empresa (retângulo A), maior será o custo social do monopólio.
Regulamentação de Preços
Em um mercado competitivo,a regulamentação de preços sempre resulta em um peso morto. Entretanto, esse não é o caso quando uma empresa possui poder de monopólio. Pelo contrário, a regulamentação de preços pode eliminar o peso morto resultante do poder de monopólio.
A figura abaixo ilustra os efeitos da regulamentação de preços.
Pm e Qm são, respectivamente, o preço e a quantidade que resultam quando não existe regulamentação. Agora, suponha que o preço seja regulamentado de modo que não possa ultrapassar P1. Para calcularmos a produção que maximiza os lucros da empresa, precisamos determinar de que maneira as curvas de receita marginal e receita média são afetadas pela regulamentação.
Uma vez que a empresa não pode cobrar mais do que P1 para níveis de produção até Q1, a nova curva de receita média será uma linha horizontal passando por P1. Para níveis de produção superiores a Q1, a nova curva de receita média é idêntica à antiga curva de receita média. Para tais níveis de produção, a empresa cobrará menos do que P1, e, portanto, não sofrerá os efeitos da regulamentação.
A nova curva de receita marginal da empresa corresponde à nova curva de receita média e é representada pela linha mais escura da figura acima. Para níveis de produção até Q1, a receita marginal é igual à receita média. Para níveis de produção maiores do que Q1, a nova curva de receita marginal é idêntica à curva original. Assim, a curva de receita marginal completa tem agora três segmentos:
(1) a linha horizontal em P1, para quantidades até Q1;
(2) uma linha vertical na quantidade Q1 conectando as curvas originais de receita marginal e receita média;
(3) a curva original de receita marginal para quantidades maiores que Q1.
Para maximizar o lucro, a empresa deve produzir a quantidade Q1, pois esse é o ponto no qual a curva de receita marginal cruza com a curva de custo marginal. Você poderá verificar que, ao preço P1 e quantidade Q1, o peso morto decorrente do poder de monopólio é reduzido.
À medida que o preço cai ainda mais, a quantidade produzida continuou a crescer e o peso morto vai diminuindo. Para o preço Pc no qual a curva de receita média e a curva de custo marginal se cruzam, a quantidade produzida aumentou até o nível competitivo; o peso morto decorrente do poder de monopólio foi eliminado. Reduzindo o preço ainda mais, digamos até P3, ocorrerá uma redução da quantidade. Tal redução seria equivalente à imposição de um preço máximo em um setor competitivo. Os resultados seriam uma escassez igual a (Q'3 - Q3), além do peso morto provocado pela regulamentação. À medida que o preço continua a diminuir, a quantidade produzida continua a cair e a escassez cresce. Por fim, quando o preço é reduzido a níveis inferiores a P4, que é o custo médio mínimo, a empresa passa a perde dinheiro e muda de negócio.
Monopólio Natural
Um monopólio natural é uma empresa que pode arca com toda a produção para o mercado com um custo inferior ao que existiria caso houvesse várias empresas. Se uma empresa possui monopólio natural, é mais eficiente deixar que ela sirva ao mercado sozinha do que ter várias empresas competindo.
O monopólio natural surge em geral onde há grandes economias de escalas, como mostra a figura abaixo. Caso a empresa representada na figura fosse dividida em duas que competissem entre si, cada uma suprindo metade do mercado, o custo médio de cada uma seria maior que o custo do monopólio original.
Se não tivesse regulamentada, a empresa produziria Qm e venderia pelo preço Pm. Em termos ideais, o órgão regulamentador estaria disposto a pressionar para baixo o preço da empresa até que atingisse o nível Pc. Contudo, em tal nível, o preço não cobriria mais seus custo médio e ela encerraria suas atividades. A melhor alternativa é o preço Pr, no qual ocorre a interseção da curva do custo médio e da curva de receita média. Assim, a empresa não estará obtendo lucro de monopólio e o nível de produção permanecerá o mais alto possível, sem que ela tenha de encerrar suas atividades.
5 - MONOPSÔNIO
Monopsônio refere-se ao mercado que possui um único comprador.
Oligopsônio é um mercado com poucos compradores.
Um ou apenas alguns compradores poderão ter poder de monopsônio: capacidade do comprador de afetar o preço de uma mercadoria. O poder de monopsônio possibilita ao comprador adquirir a mercadoria por valor inferior ao preço que prevaleceria em um mercado competitivo.
Utilizamos o termo valor marginal para designar o benefício adicional da compra de mais uma unidade de um produto.
Como determinar este valor marginal?
A curva de demanda individual determina o valor marginal, ou a utilidade marginal, em função da quantidade adquirida. Portanto, sua curva de valor marginal é sua curva de demanda da mercadoria. Uma curva individual de demanda é descendente porque o valor marginal obtida pela compra de mais uma unidade de um produto diminui à medida que cresce a quantidade total adquirida.
O custo adicional da compra de mais de uma unidade de um bem é chamado despesa marginal. Essa despesa dependerá de o consumidor ser um comprador competitivo ou com poder de monopsônio. Suponhamos que você seja um comprador competitivo. Nesse caso, o custo de cada unidade adquirida será sempre o mesmo, não importando a quantidade de unidades que você adquira - ou seja, é o preço de mercado que prevalece. A figura (a) abaixo ilustra este princípio. O preço que você paga por unidades refere-se a sua despesa média por unidade e é igual para todas elas.
Mas qual será sua despesa marginal por unidade?
Sendo você um comprador competitivo, sua despesa marginal será igual à despesa média, que, por sua vez, será igual ao preço de mercado do produto.
A figura também apresenta a escala de valor marginal. Qual será a quantidade que você deve adquirir?
Seria aconselhável que fossem adquiriras unidades da mercadoria até que o valor marginal da última unidade se equiparasse ao valor da despesa marginal correspondente àquela unidade. Portanto, você deveria adquirir uma quantidade Q* encontrada na interseção entre as curvas de despesa marginal e de demanda.
A figura (b) abaixo mostra de que maneira o vendedor competitivo decide quanto vai produzir e vender.
Como o vendedor se baseia no preço de mercado, a receita marginal e a receita média são iguais ao preço. A quantidade que maximiza os lucros encontra-se na interseção da curva de receita marginal com a curva de custo marginal.
Observe, no entanto, que a curva de oferta de mercado não é a curva de despesa marginal. A curva de oferta de mercado mostra quanto você deveria pagar por unidade em virtude do número total de unidades que adquirir. Em outras palavras, a curva de oferta é a curva de despesa média. E, como essa curva tem inclinação ascendente, a curva de despesa marginal deve estar situada acima dela. A decisão de comprar uma unidade adicional eleva o preço que deve ser pago por todas as unidades, não apenas o da unidade adicional.
A figura abaixo ilustra este princípio. A quantidade ideal que deve ser adquirida pelo monopsonista, Qm*, encontra-se na interseção das curvas de demanda e de despesa marginal. O preço pago por ele é encontrado por meio da curva de oferta, o preço Pm* que resulta na quantidade Qm*. Por fim, observe que a quantidade Qm* é menor e o preço Pm* é mais baixo do que a quantidade e o preço que prevaleceria em um mercado competitivo Qc e Pc.
Comparação entre Monopsônio e Monopólio
É mais fácil compreender o monopsônio se você comparar com o monopólio. As figuras (a) e (b) abaixo apresentam essa comparação. Lembre-se que o monopolista pode cobrar um preço acima do custo marginal, pois ele se defronta com uma curva de demanda ou uma curva de receita média descendente, de tal modo que a receita marginal é inferior à receita média. Igualando o custo marginal à receita marginal podemos obter a quantidade Q*, que é inferior àquela que seria produzida em um mercado competitivo, e o preço P*, que é mais alto do que o preço Pc do mercado competitivo.
A situação do monopsônio é exatamente análoga. Conforme mostra a figura (b), o monopsonista pode adquirir uma mercadoria por um preço inferior ao valor marginal porque se defronta com uma curva de oferta ou despesa média ascendente. Desse modo, para um monopsonista, a despesa marginal se torna maior do que a despesa média. Igualando o valor marginal à despesa marginal, obtemos a quantidade Q*, menor do que a quantidade que seria adquirira em um mercado competitivo, e o preço P*, mais baixo do que o preço competitivo Pc.
6 - PODER DE MONOPSÔNIO
No mercado competitivo, o preço e o valor marginal são iguais. No entanto, um comprador com poder monopsonista pode adquirir a mercadoria por preço mais baixo do que o valor marginal. a extensão da redução do preço em relação ao valor marginal depende da elasticidade da oferta com a qual o comprador se defronta. Se a oferta for muito elástica (Es é grande), essa redução será pequena e o comprador terá pouco poder de monopsônio. E, inversamente, se a oferta for muito inelástica, a redução será grande e o comprador terá poder de monopsônio considerável.
Quando a oferta é elástica (figura a), a despesa marginal e a despesa média não apresentam muita diferença, de tal modo que o preço se aproxima daquele que seria praticado em um mercado competitivo. A figura b apresenta a situação oposta, que ocorre quando a oferta é inelástica.
Fontes do Poder de Monopsônio
O poder de monopsônio depende de três condições: da elasticidade da oferta, do número de compradores atuando no mercado e da forma de interação entre esses compradores.
Custos Sociais do Poder de Monopsônio
A figura abaixo mostra as curvas de despesa média e marginal e de valor marginal para o monopsonista.
O benefício líquido do monopsonista é maximizado quando ele adquire uma quantidade Qm ao preço Pm no qual o valor marginal se iguala à despesa marginal. Em um mercado competitivo, o preço é igual ao valor marginal. Em um mercado competitivo, o preço é igual ao valor marginal. Portanto, o preço competitivo e a quantidade competitiva, Pc e Qc, encontram-se no ponto de interseção entre as curvas de despesa média e do valor marginal. Agora, vejamos de que forma o excedente varia quando passamos do preço competitivo e da quantidade competitiva, Pc e Qc, para o preço e a quantidade de monopsônio, Pm e Qm.
Com o monopsônio, o preço é mais baixo e uma quantidade menor é vendida. Por causa do preço mais baixo, os vendedores perdem um valor de excedente representado pelo retângulo A. Além disso, como as vendas são reduzidas, eles perdem o excedente representado pelo triângulo C. Portanto, a perda total de excedente do produtor (vendedor) é representada por A+C. Ao comprar por um preço mais baixo, o comprador ganha o excedente representado pelo retângulo A. Entretanto, o comprador adquire menos, ou seja, Qm em vez de Qc, e assim perde o excedente, representado por A-B. No conjunto, vemos uma perda líquida de excedentes, representada por B+C. Esse é o peso morto decorrente do poder de monopsônio. Mesmo que existissem impostos incidindo sobre os ganhos do monopsonista e que a arrecadação de tais impostos fosse distribuída entre os produtores, haveria uma ineficiência, pois o nível de produção seria menor do que em um mercado competitivo. O peso morto é o custo social de tal ineficiência.
Monopólio Bilateral
Chamamos de monopólio bilateral em mercado com apenas um vendedor e apenas um comprador.
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