CESGRANRIO - Escriturário (BB)/2015 24

Os gerentes das agências de uma determinada região vivem uma situação difícil. A direção do banco exige que as operações de crédito sejam de curto prazo e dificulta as mudanças das condições das contratações de crédito, ao passo que os clientes desejam prazos mais longos de pagamento e condições de contratação que levem em conta o histórico de relacionamento com o banco. Por conta disso, não é possível que os gerentes atendam aos interesses do banco e dos clientes. Muitos gerentes têm simplesmente deixado de oferecer crédito aos clientes e se sentem muito desmotivados.

Com base na teoria do papel, a motivação dos gerentes, nessa situação, está sendo minada porque há

a) indiferença de papéis 
b) ambiguidade de papéis 
c) conflito de papéis 
d) indefinição de papéis 
e) desativação de papéis

Resolução do professor Tiago Zanolla:

A Teoria do Papel é considerada por muitos autores como o ponto de ligação entre a relação indivíduo e sociedade junto à filosofia, antropologia, sociologia e psicologia. Sendo baseada na interação, função e importância do “eu” dentro do sistema social (Drummond e Souza, 2008). Como em uma peça de teatro, os atores (= o “eu”) possuem um script para encenar a peça. Este script o direciona como será o desempenho do seu papel, assim como, nas organizações, as famosas descrições de cargo que elencam as funções a serem desempenhadas por determinado cargo.
 
Neste sentido, o indivíduo é o ator que encena sua própria peça, e cada ambiente e/ou área da vida exige uma determinada postura, ação e atitude para enfrentar os desafios do dia-a-dia.
 
Resumidamente, “o papel é a forma de funcionamento que o indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas ou objetos estão envolvidos” (Moreno, 1965). Ter em mente o conceito e a estrutura de como administrar os papéis em seu dia-a-dia ajuda a encontrar soluções e discernir o que é desafio do papel e o que são questões internas e conflitos do “eu”
 
As variadas conflitivas podem gerar o colapso do papel, que representa a impossibilidade de cumprir as respectivas exigências, quando os deveres do papel estão obscuros, contraditórios e/ou excessivos, por deficiências do sistema (apoio social, financeiro etc.) ou de recursos (físicos, sociais e emocionais). O colapso de papel decorre, assim, da limitação dos recursos do self mediante a dificuldade de resolução dos conflitos nos e entre os papéis (Hardy e Hardy, 1988).
 
Portanto, existem situações em que pode ocorrer o conflito no desempenho dos papéis quando: há perda ou falta de recursos necessários para o desempenho adequado; surgem novos papéis sem que as expectativas sobre ele sejam conhecidas; há expectativa referente a um papel apenas de uma das partes que interage com ele; existem expectativas relativas por diferentes grupos; o agente do papel apresenta restrita capacidade física, intelectual ou social exigida para o papel; e surgem crises aos sistemas, rompendo os padrões definidos aos papéis anteriormente efetivos (Compton e Galaway, 1989). [LETRA C]
 
A necessidade de assumir múltiplos papéis e de transitar de um ao outro, alterando as formas de cognição, pode gerar diferentes conflitivas nos e entre os papéis. Assim, Shaw e Constanzo (1970) descreveram as situações potenciais correspondentes quando a pessoa identifica uma situação de contradição, a saber: os conflitos, a ambiguidade, a incongruência e a mistura de papéis. [demais assertivas].

Gabarito: Letra C

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