STN - 2013 Analista de Finanças e Controle - Questão 42 (específica)

42 - Um consumidor típico, fazendo escolhas com vistas a maximizar sua utilidade, vai sempre se ver diante do problema de escolher quanto consumir hoje e quanto consumir no futuro (amanhã). Ele sabe que, quanto maior o consumo hoje (t), menor o estoque de riqueza carregado para amanhã (t+1) e, portanto, menor seu consumo amanhã. Assim, o acréscimo no valor da sua utilidade em t (Vt) decorrente da postergação parcial do consumo será igual ao: 

a) acréscimo no valor do retorno bruto multiplicado pelo valor da utilidade em t trazido a valor presente por um determinado fator subjetivo de desconto. 

b) acréscimo no valor do retorno bruto multiplicado pelo valor da utilidade em t + 1 trazido a valor presente por um determinado fator subjetivo de desconto. 

c) acréscimo no valor esperado do retorno bruto multiplicado pelo valor da utilidade em t + 1 trazido a valor presente por um determinado fator subjetivo de desconto. 

d) valor da riqueza acumulada em t trazido a valor presente por um determinado fator subjetivo de desconto. 

e) valor da riqueza acumulada em t trazido a valor presente por um determinado fator objetivo de desconto.

Resolução:

A teoria do consumo intertemporal considera as mudanças relativas ao consumo no presente e no futuro como função da taxa de juros (desconto) da riqueza acumulada pelo agente (poupança) e da renda do mesmo.

Deste modo, ao gastar mais hoje, o indivíduo gera menos poupança e, consequentemente, carrega menos riqueza no futuro. Inversamente, se consumir menos hoje, carrega mais riqueza no futuro, podendo consumir mais neste período.

Assim, o valor da utilidade decorrente da postergação do consumo é medido pela elevação do valor esperado da riqueza no futuro trazida a valor presente por uma taxa subjetiva de desconto.

O valor da riqueza no futuro é o valor esperado, pois depende de eventos probabilísticos. Quem disse que, se o agente poupar um certo valor no presente, ele terá este valor acrescido da taxa de juros no futuro? Adversidades podem ocorrer neste período, como um confisco de liquidez, por exemplo.

Por sua vez, a taxa de desconto considerada é subjetiva, pois considera as preferências do indivíduo. Ou seja, mesmo que a taxa de juros básica na economia seja 10%, por exemplo, para o indivíduo ela pode ser considerada subjetivamente inferior caso ele prefira o consumo presente ao consumo futuro.

Deste modo, a teoria do consumo intertemporal considera a taxa de desconto como taxa subjetiva além de medir a utilidade futura, resultado de postergação do consumo presente, como um valor estimado ou esperado.

Gabarito: Letra C

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