CESPE - Especialista em Previdência Complementar (PREVIC)/Finanças e Contábil/2011

Acerca de finanças, julgue o item.

Na construção da curva a termo, os modelos de não arbitragem indicam que as taxas a termo podem ser utilizadas para se travar a taxa de juros futura sem a preocupação de validade da hipótese de expectativas. Outros conceitos utilizados na gestão dos riscos financeiros são a convexidade e a duration, sendo a convexidade o efeito de segunda ordem que descreve como a duration sofre alteração em mudanças na taxa de retorno e a duration o efeito de primeira ordem utilizado na mensuração da sensibilidade do preço de um ativo às variações nas taxas de retorno.

Resolução:

Existem vários modelos de juros consagrados na literatura, ditos também modelos de curvas de rendimento ou da estrutura a termo das taxas de juros (ETTJ). De uma forma simplificada, esses modelos dividem-se em modelos de equilíbrio e modelos de não-arbitragem. Eles diferem basicamente quanto a ETTJ inicial (corrente), que é um resultado, no caso dos modelos de equilíbrio, e um dado (insumo) nos modelos de não arbitragem. 

Em outras palavras, os chamados modelos de equilíbrio partem da descrição matemática da taxa de juros instantânea e todo o desenvolvimento da ETTJ e precificação de derivativos se desenvolve a partir desta descrição. Os modelos de não arbitragem tem esse nome por incorporarem a ETTJ como um de seus argumentos, de forma que o modelo já é naturalmente ajustado à expectativa de mercado da evolução da taxa de juros de curto prazo. 

A explicação mais antiga e amplamente testada sobre as flutuações nas taxas de juros da economia é a Hipótese das Expectativas (HE), que estabelece, em linhas gerais, que a taxa de juros de longo prazo é formada como uma média das taxas de juros de curto prazo  esperadas para o futuro mais um prêmio de risco invariável no tempo. 

Assim, a inclinação da curva de juros refletiria as expectativas do mercado sobre mudanças futuras nas taxas de juros, ou seja, um aumento do spread entre a taxa longa e a taxa curta refletiria a expectativa de futuros aumentos nas taxas de curto prazo, provocando então uma correlação positiva entre as variações nas taxas de juros curtas e o referido spread. Da mesma forma, um aumento da taxa longa em relação à taxa curta, no período corrente, deveria levar a um  aumento da taxa longa no período subsequente. 

De acordo com a Teoria das Expectativas, a taxa de juros de longo prazo de um título é  formada pelas expectativas das taxas de juros de curto prazo futuras. Se considerarmos que a estrutura a termo da taxa de juros é representada por essas expectativas das taxas de juros de curto prazo, o comportamento dessa curva passa a ser relevante para o mercado financeiro. E mais, se a inclinação da curva é positiva, significa que os agentes esperam que as taxas de juros de curto prazo sejam mais altas no futuro. Se a inclinação da curva é negativa, significa que os agentes esperam que as taxas de juros de curto prazo sejam mais baixas no futuro. 

Assim, caso a Teoria das Expectativas seja válida, ela pode ser uma ferramenta de previsão do comportamento das taxas de juros futuras.

Portanto, a afirmativa acima vai em linha com o que está proposto acima.

Gabarito: Certo

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