A distribuição populacional dos tempos de duração de um tipo de pilha elétrica é normal com desvio padrão igual a 3 horas, mas com média μ desconhecida. Para se avaliar esse parâmetro desconhecido, foi realizado um experimento, em que foram selecionadas aleatoriamente 9 pilhas elétricas do tipo em questão, registrando-se seus tempos de duração. A média aritmética desses tempos foi igual a 6 horas. Para fins de inferência estatística, foram considerados os seguintes valores aproximados:
Φ(1,0) = 0,84,
Φ(2,0) = 0,98,
Φ(3,0) = 0,99,
em que Φ(z) representa a função de distribuição acumulada da distribuição normal padrão.
Com respeito ao teste cujas hipóteses nula e alternativa são, respectivamente, H 0: μ > 7 horas e H A: μ < 7 horas, assinale a opção correta.
a) Se o nível de significância do teste for igual a 5%, então a hipótese nula deve ser rejeitada.
b) O erro padrão da média amostral é igual a 3 horas.
c) O nível descritivo do teste é igual a 1%.
d) O poder (ou potência) do teste independe do tamanho da amostra.
e) Se a probabilidade de se cometer o erro do tipo I for igual a 0,02 e μ for igual a 3, então a probabilidade de se cometer o erro do tipo II também será igual a 0,02.
Resolução:
O erro padrão da média amostral é dado por:
σX¯¯¯¯¯=σn√
Em que n é o tamanho da amostra e σ é o desvio padrão da população.
σX¯¯¯¯¯=39√=1
O desvio padrão da média amostral (também chamado de erro padrão) vale 1 hora, e não 3 horas. Errada a letra B.
Vamos agora testar a letra C. Nível descritivo é numericamente igual à área delimitada pela estatística teste.
A estatística teste fica:
X¯¯¯¯¯−μσX¯¯¯
=6−71
=−1
Logo, o nível descritivo, também chamado de p-valor, fica:
pv=P(Z<−1)
O exercício nos disse que ϕ(1)=0,84. Ou seja:
P(Z<1)=0,84
∴P(Z>1)=1−0,84
P(Z>1)=0,16
Por conta da simetria da normal reduzida, temos:
P(Z<−1)=0,16
Logo, o nível descritivo é de 16%.
pv=16%
Letra C errada.
Se o nível de significância for de 5%, então teremos:
α<pv
5%<16%
Quando o nível de significância é menor que o p-valor, não rejeitamos H0. Errada a letra A.
A letra "D" diz que o poder do teste não depende do tamanho da amostra. Isso está errado. O poder do teste é a probabilidade de rejeitarmos H0, dado que é falsa. Neste cálculo, estamos lidando com a distribuição da média amostral, que, após sua normalização, fica:
X¯¯¯¯¯−μσ÷n√
Notem que o tamanho da amostra aparece sim na fórmula da variável que estamos estudando. Portanto, ele terá impacto sim na hora de calcularmos as probabilidades, todas elas, incluindo o poder do teste. Errada a letra D.
Por exclusão, letra E correta.
Na letra E, foi dito que o nível de significância é de 2%. Assim, a região crítica, ou seja, aquela na qual rejeitamos H0, tem área de 2%. Trata-se da área vermelha da figura abaixo.
Detalhe: como a hipótese alternativa é do tipo "a média é menor que alguma coisa", então podemos concluir que a região crítica fica na extremidade esquerda do gráfico.
Nossa tarefa agora é calcular −Z0, que é o valor que delimita a região crítica.
P(Z<−Z0)=0,02
Portanto:
P(Z>−Z0)=1−0,02=0,98
Dada a simetria da normal:
P(Z<Z0)=0,98
ϕ(Z0)=0,98
Z0=2→−Z0=−2
O valor crítico vale -2.
O correspondente valor crítico para a média amostral fica assim:
Z=X¯¯¯¯¯−μσX¯¯¯
−2=X¯¯¯¯¯−71
X¯¯¯¯=5
O valor crítico é 5. Em outras palavras:
- se a média amostral for maior que 5, aceitamos H0
- se for menor que 5, rejeitamos H0
A probabilidade de cometer o erro de tipo II, simbolizada por β, corresponde à chance de aceitarmos H0, dado que ela é falsa. No caso da letra E, queremos calcular a chance de aceitarmos H0, dado que a média verdadeira vale 3.
A nossa variável normal reduzida será assim construída:
Z=X¯¯¯¯¯−μσX¯¯¯
E agora não usamos mais μ=7. Isso era feito quando estávamos sob H0. Agora usaremos μ=3, que é a média verdadeira
Z=5−31=2
Nós aceitaremos H0 quando a média amostral for maior que 5, o que implicará em Z>2
β=P(Z>2)
β=1−ϕ(2)
β=1−0,98
β=0,02
Alternativa "E" correta.
Gabarito: Letra E
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