CESPE - Analista (FINEP)/Análise de Projetos /2009 (e mais 1 concurso)

A distribuição populacional dos tempos de duração de um tipo de pilha elétrica é normal com desvio padrão igual a 3 horas, mas com média μ desconhecida. Para se avaliar esse parâmetro desconhecido, foi realizado um experimento, em que foram selecionadas aleatoriamente 9 pilhas elétricas do tipo em questão, registrando-se seus tempos de duração. A média aritmética desses tempos foi igual a 6 horas. Para fins de inferência estatística, foram considerados os seguintes valores aproximados:

Φ(1,0) = 0,84, 
Φ(2,0) = 0,98, 
Φ(3,0) = 0,99,

em que Φ(z) representa a função de distribuição acumulada da distribuição normal padrão.
 
 
Com respeito ao teste cujas hipóteses nula e alternativa são, respectivamente, H 0: μ > 7 horas e H A: μ < 7 horas, assinale a opção correta. 

a) Se o nível de significância do teste for igual a 5%, então a hipótese nula deve ser rejeitada. 

b) O erro padrão da média amostral é igual a 3 horas. 

c) O nível descritivo do teste é igual a 1%. 

d) O poder (ou potência) do teste independe do tamanho da amostra. 

e) Se a probabilidade de se cometer o erro do tipo I for igual a 0,02 e μ for igual a 3, então a probabilidade de se cometer o erro do tipo II também será igual a 0,02.

Resolução:

O erro padrão da média amostral é dado por:
 
 
Em que n é o tamanho da amostra e σ é o desvio padrão da população.
 
 
O desvio padrão da média amostral (também chamado de erro padrão) vale 1 hora, e não 3 horas. Errada a letra B.
 
Vamos agora testar a letra C. Nível descritivo é numericamente igual à área delimitada pela estatística teste.
 
A estatística teste fica:
 
 
 
 
Logo, o nível descritivo, também chamado de p-valor, fica:
 
 
O exercício nos disse que . Ou seja:
 
 
 
 
Por conta da simetria da normal reduzida, temos:
 
 
Logo, o nível descritivo é de 16%.
 
 
Letra C errada.
 
Se o nível de significância for de 5%, então teremos:
 
 
 
Quando o nível de significância é menor que o p-valor, não rejeitamos H0. Errada a letra A.
 
A letra "D" diz que o poder do teste não depende do tamanho da amostra. Isso está errado. O poder do teste é a probabilidade de rejeitarmos H0, dado que é falsa. Neste cálculo, estamos lidando com a distribuição da média amostral, que, após sua normalização, fica:
 
 
Notem que o tamanho da amostra aparece sim na fórmula da variável que estamos estudando. Portanto, ele terá impacto sim na hora de calcularmos as probabilidades, todas elas, incluindo o poder do teste. Errada a letra D.
 
Por exclusão, letra E correta.
 
Na letra E, foi dito que o nível de significância é de 2%. Assim, a região crítica, ou seja, aquela na qual rejeitamos H0, tem área de 2%. Trata-se da área vermelha da figura abaixo.
 
 
Detalhe: como a hipótese alternativa é do tipo "a média é menor que alguma coisa", então podemos concluir que a região crítica fica na extremidade esquerda do gráfico.
 
Nossa tarefa agora é calcular , que é o valor que delimita a região crítica.
 
 
Portanto:
 
 
Dada a simetria da normal:
 
 
 
 
O valor crítico vale -2.
 
O correspondente valor crítico para a média amostral fica assim:
 
 
 
 
O valor crítico é 5. Em outras palavras:
  • se a média amostral for maior que 5, aceitamos H0
  • se for menor que 5, rejeitamos H0
 
A probabilidade de cometer o erro de tipo II, simbolizada por β, corresponde à chance de aceitarmos H0, dado que ela é falsa. No caso da letra E, queremos calcular a chance de aceitarmos H0, dado que a média verdadeira vale 3.
 
A nossa variável normal reduzida será assim construída:
 
 
E agora não usamos mais . Isso era feito quando estávamos sob H0. Agora usaremos , que é a média verdadeira
 
 
Nós aceitaremos H0 quando a média amostral for maior que 5, o que implicará em 
 
 
 
 
 
Alternativa "E" correta.

Gabarito: Letra E

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