IDECAN - Economista (SEP PR)/2014

Com relação à função demanda de teoria do consumidor, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para a falsas.

( ) A curva de Engel para um bem inferior é negativamente inclinada.

( ) A demanda por um bem derivada de uma função utilidade Cobb-Douglas é uma fração da renda em relação ao preço do mesmo bem.

( ) Considerando o efeito do preço de um bem sobre sua própria demanda, o efeito renda pode exatamente igualar o efeito substituição somente se o bem não for inferior.

A sequência está correta em

a) F, V, F. 

b) F, V, V. 

c) V, F, V. 

d) V, V, F. 

e) V, V, V.

Resolução:

Questão que versa sobre a teoria do consumidor.

Analisemos cada afirmativa:

( ) A curva de Engel para um bem inferior é negativamente inclinada.
 
Está correto, pessoal!

A curva de Engel relacional a quantidade consumida de um mercadoria à renda do consumidor.

Quando um bem é inferior, significa que o consumidor passa a comprar menor quantidade deste bem quando sua renda aumenta.

Isso é demonstrado por uma curva de Engel negativa.
 
Senão, vejamos a análise gráfica de Pindyck e Rubinfeld:


Reparemos que apesar de a curva de Engel por alimentos de maneira geral ser ascendente, a partir de determinada renda, o consumidor tem uma curva de Engel negativa para hambúrguer, pois este é um bem inferior e passa a ser substituído por carnes de melhor qualidade.

Afirmativa Verdadeira

( ) A demanda por um bem derivada de uma função utilidade Cobb-Douglas é uma fração da renda em relação ao preço do mesmo bem.
 
Correto, pessoal!

O que a afirmativa quer dizer é que quando um consumidor tem sua função utilidade do tipo Cobb-Douglas, ele não utiliza toda sua renda em apenas um bem.

Uma função deste tipo pode ser definida como: U (x,y) = xa.yb

O que ocorre, pessoal é se a demanda por um bem é a renda dividida pelo seu preço, significa que se está utilizando toda a renda no consumo de um único bem.

E este é o problema: consumir um único bem na função Cobb-Douglas gera uma utilidade nula.

Matematicamente, para quaisquer valores de a e b, se x ou y forem zero, a função será também igual a zero.

Assim, pode-se afirmar que quantidade demandada de um bem será apenas uma fração da relação entre renda e o preço do bem.

Se a renda for de $10 e o preço do bem x for $1, por exemplo, a demanda pelo bem x terá de ser uma fração da relação (10/1), isto é, terá de ser menor que 10 para que y também seja consumido e a utilidade não seja nula.

Afirmativa Verdadeira

( ) Considerando o efeito do preço de um bem sobre sua própria demanda, o efeito renda pode exatamente igualar o efeito substituição somente se o bem não for inferior.
 
Está correto também, pessoal!

Quando o preço de um bem se altera, as variações na sua demanda se dão por dois motivos que podem ser analisados separadamente: efeitos substituição e renda.

O efeito substituição é a alteração na demanda do consumidor devido à mudança entre os preços relativos, mantendo-se constante o nível de utilidade.

O efeito substituição sempre terá uma única direção: supondo uma redução do preço de um bem, o efeito substituição fará com que sua demanda aumente porque este bem ficou mais barato em relação ao outro bem (análise com dois bens apenas).

Alternativamente, o efeito renda se dá devido à mudança no poder de compra provocada pela alteração no preço do bem, mantidos os preços relativos constantes.

Supondo novamente uma queda no preço de um bem, o efeito renda pode ter duas direções. Se o bem for normal, haverá um aumento no seu consumo devido ao efeito renda, mas este efeito será oposto se o bem for inferior.

Assim, chegamos à conclusão que o efeito renda só terá a mesma direção do efeito substituição se este não for negativo.

Assim, só há a possibilidade de os efeitos serem iguais se ambos andarem na mesma direção e, para tanto, o bem não pode ser inferior.

Senão, vejamos a análise gráfica dos efeitos substituição e renda para um bem inferior na análise de Pindyck e Rubinfeld:
 
 
Afirmativa Verdadeira
 
Gabarito: Letra E

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