CONVEXIDADE
A variação das taxas de juros afeta o valor da carteira de forma NÃO linear, apesar de as fórmulas das durações aproximarem razoavelmente essas variações para valores pequenos.
A definição matemática da convexidade, como função da variável taxa de juros (i) é:
Para entendermos o uso da convexidade, é preciso analisar sua relação com a duração. Por enquanto, apenas sabemos que a convexidade é a segunda derivada do valor da carteira em função da taxa de juros, e a derivada da duração é função da taxa de juros.
A convexidade, matematicamente falando, vai indicar como a duração muda para cada taxa de juros. Antes, para avaliarmos o preço de um título utilizando a duração, considerávamos um valor único para D. Agora temos uma função que mostra como D varia em função da taxa de juros.
Vamos ver como D se relaciona com C:
Pois a derivada segunda é a derivada da derivada primeira.
Calculamos anteriormente o seguinte:
O que pode ser reescrito como:
Temos então:
Pela regra da derivação de produtos temos:
A fórmula aproximada, mais simples de usar, associando Preço do Título, Duração e Convexidade é a seguinte:
Nesse caso, a duração é a de Macalay. Com duração modificada seria:
Vejamos como ficaria a previsão do valor do título ajustando pela duração e pela convexidade.
Recordando:
Como ficaria o cálculo do Valor da Carteira usando a fórmula acima:
Como se vê, mesmo com a fórmula aproximada, é um cálculo muitíssimo mais preciso do que usando apenas a duration.
Para uma variação bem grande, como 5%, a fórmula com a convexidade dá um erro entre -0,24% e +0,30% em relação ao valor real calculado. Utilizando apenas a aproximação linear da duração, teríamos um erro de -2,4% e 2,9%. O erro com a convexidade é em terno de 10 vezes menor, no caso estudado.
Convexidade, outra fórmula.
Alguns livros abordam convexidade de uma forma mais simples e direta. Não é possível saber qual das formas será cobrada. Por isso, é importante conhecer as duas.
O significado dos termos é o mesmo aplicado para o cálculo da duração com fórmula semelhante.
Aproveitando a planilha calculada acima, podemos calcular a convexidade.
Tomemos uma variação de 1%, para mais e para menos, como fizemos para a duração. Teríamos:
A medida da convexidade ainda não é a que fará o ajuste no valor dos títulos.
O "ajuste de convexidade", que significa a variação no título que não é captada ou explicada pela duração, é a seguinte:
Ou seja, além da previsão sobre o valor da carteira, feita pela duração, teríamos que adicionar 0,1048% para ajustarmos pela convexidade.
Substituindo o ajuste de convexidade o que teríamos (suponha uma alta de juros de 1%)?
Ou seja, além do ajuste da duração, teríamos um ajuste pela convexidade. O valor 0,1048% é o ajuste pela convexidade.
Por esse método de ajuste, como ficaria a diferença entre o previsto e o real?
Algo interessante com esse método é que, apesar das "pontas" apresentarem diferença bem próxima ao método anterior, os valores da carteira previstos para a variação de juros 0%, 1% e -1%, são iguais aos valores calculados diretamente. No método anterior, só tínhamos precisão no ponto de partida (variação de juros de 0%), o que faz sentido, pois é um método baseado em derivadas.
Nesse método, temos precisão em 3 pontos. Isso porque utilizamos um ajuste de convexidade que foi calculado com base na variação de 1% (para cima e para baixo). Eis o motivo para a precisão nesses pontos.
Enviar um comentário
0 Comentários