FCC - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior (METRO SP)/Economia/2014

A respeito do conceito de “utilidade” é correto afirmar: 

a) A função utilidade permite calcular, precisamente, a utilidade atribuída por um consumidor a um determinado bem. 

b) A transformação monotônica de uma função de utilidade é uma função de utilidade que representa as mesmas preferências da função de utilidade original. 

c) Todos os tipos de preferência podem ser representados pela função de utilidade. 

d) A inclinação de uma determinada curva de indiferença, em dado ponto, é chamada de taxa de substituição de utilidade. 

e) A função de utilidade marginal depende apenas do comportamento do consumidor, não guardando qualquer relação com a função de utilidade escolhida para se descrever esse comportamento.

Resolução:

Questão que versa sobre teoria do consumidor e “sua utilidade”.
 
Analisemos cada alternativa:

a)  A função utilidade permite calcular, precisamente, a utilidade atribuída por um consumidor a um determinado bem.
 
Está errado!
 
Primeiro, vejamos o conceito de função de utilidade segundo Pindyck e Rubinfeld:
 
“função de utilidade: Relação matemática que associa níveis de utilidade a cestas de mercado individuais.”
 
O que ocorre é que a utilidade só tem valor comparativo.
 
Se afirmarmos apenas que um consumidor tem utilidade de 100 ao consumir 1 unidade do produto X, isso não fará qualquer sentido.
 
Agora, se adicionarmos a informação que uma unidade do produto Y fornece ao mesmo consumidor uma utilidade de 50, já sabemos que o consumidor prefere claramente o bem X.
 
Alternativa Incorreta

b)  A transformação monotônica de uma função de utilidade é uma função de utilidade que representa as mesmas preferências da função de utilidade original.
 
Está correto!
 
A transformação monotônica de uma função utilidade mantém as mesmas preferências em relação à função de utilidade original.
 
Segundo Varian:
 
"transformação monotônica é um modo de transformar um conjunto de números em outro, mas preservando a ordem original dos números"
 
Assim, se a função de utilidade “u”, por exemplo, reflete as preferências do consumidor entre os bens X e Y, podemos fazer uma transformação monotônica multiplicando “u” por 2.
 
A função de “2u” manterá a mesma preferência do consumidor em relação aos dois bens.
 
Alternativa Correta

c)  Todos os tipos de preferência podem ser representados pela função de utilidade.
 
Errado!
 
No caso de as preferências do consumidor não serem transitivas, por exemplo, não haverá como representar tais preferências pela função de utilidade.
 
É um caso extremo e pouco razoável, mas a afirmativa fala em todos os tipos de preferência.
 
Vejamos, senão, a explicação de Varian em Microeconomia:
 
“Nem todos os tipos de preferências podem ser representados pela função de utilidade. Suponhamos, por exemplo, que alguém tenha preferências intransitivas, de modo que A > B > C > A. A função de utilidade para essas preferências teria de consistir em números u(A), u(B) e u(C), de modo que u(A) > u(B) > u (C) > u(A). Mas isso é impossível.”
 
Alternativa Incorreta

d)  A inclinação de uma determinada curva de indiferença, em dado ponto, é chamada de taxa de substituição de utilidade.
 
Errado!
 
Essa inclinação é chamada “taxa marginal de substituição” e representa o quanto de um bem o consumidor está disposto a abrir mão para adquirir uma unidade de outro.
 
A utilidade, no entanto, se mantém inalterada, pois é a mesma curva de indiferença.
 
Senão, vejamos a representação gráfica de Pindyck e Rubinfeld e sua explicação:
 
 
Alternativa Incorreta

e)  A função de utilidade marginal depende apenas do comportamento do consumidor, não guardando qualquer relação com a função de utilidade escolhida para se descrever esse comportamento.
 
Está errado!
 
O conceito de função de utilidade marginal guarda completa relação com a função de utilidade escolhida para se descrever esse comportamento.
 
Afinal de contas, a função de utilidade marginal nada mais é do que a derivada da função de utilidade.
 
Trata-se da mensuração do ganho de utilidade que um consumidor tem ao adicionar-se uma unidade do bem à sua cesta de consumo.
 
Senão, vejamos a definição de Pindyck e Rubinfeld em Microeconomia:
 
“O conceito de utilidade também pode ser empregado para reformular nossa análise de modo mais esclarecedor. Para começar, vamos distinguir entre a utilidade total obtida do consumo de certa quantidade de um bem e a satisfação proporcionada pelo último item consumido. A utilidade marginal (UM) mede, pois, a satisfação adicional obtida pelo consumo de um a unidade adicional de determinado bem. Por exemplo, a utilidade marginal associada a um aumento do consumo de u para 1 unidade de alimento poderia ser 9; de 1 para 2 poderia ser 7; e de 2 para 3 poderia ser 3.”
 
Alternativa Incorreta
 
Gabarito: Alternativa B

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