CESPE - Analista do Ministério Público da União/Apoio Jurídico/Direito/2013
A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante e não igualdade real.
Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria. Se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, no entanto, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho.
Julgue o item seguinte, relativo ao texto acima apresentado.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se inserisse quando ou se forimediatamente antes de “executada”.
Hipótese 1: se fosse executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria (imperfeito do subjuntivo/futuro do pretérito do indicativo). A relação entre os dois verbos em destaque é gramaticalmente correta? Sim, a correlação entre ambos respeita as combinações verbais gramaticalmente aceitas.
Hipótese 2: se for executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria (futuro do subjuntivo/futuro do pretérito do indicativo). Nesse caso, note que a combinação verbal entre for e faria ocorre com prejuízo à correção gramatical, ou seja, os tempos/modos não combinam nessa situação. O mais adequado, se o for mantido, é flexionar o verbo fazer para o futuro do presente, para manter a correlação adequada entre os verbos: se for executada, não fará senão inaugurar a organização da miséria.
No caso do quando, estaria correto utilizá-lo, pois o verbo correlacional ficaria subentendido, em algo como: quando [fosse] executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria.
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