CESPE - Analista do Ministério Público da União/Apoio Jurídico/Direito/2013

A parte da natureza varia ao infinito. Não há, no universo, duas coisas iguais. Muitas se parecem umas às outras, mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as partículas do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar. Tudo assim, desde os astros no céu, até os micróbios no sangue, desde as nebulosas no espaço até as gotas do rocio na relva dos prados.

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante e não igualdade real.

Essa blasfêmia  contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da  miséria. Se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, no entanto, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho.
 
Ruy Barbosa. Oração aos moços. Internet: <http://home.comcast.net> (com adaptações).

Julgue o item seguinte, relativo ao texto acima apresentado.

A palavra “nebulosas” é empregada, no texto, com função adjetiva, podendo ser substituída por obscurasenigmáticas.

Resolução:

Errado. A palavra nebulosas está sendo empregada no texto em seu sentido literal (denotativo), relacionado a uma massa de matéria estelar. A assertiva, no entanto, atribui a essa palavra sentido figurado (conotativo). Por isso, está errada.

Gabarito: Errado




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