O INTERREGNO CAFÉ FILHO: 1954 – 1955



A prioridade mais imediata da política econômica do novo governo era o enfretamento da grave situação cambial, fruto da queda dos preços do café e do vencimento de créditos de curto prazo. 

À medida que a economia mundial caminhava em direção à conversibilidade das principais moedas, a perspectiva de restabelecimento de um movimento internacional de capitais privados tornava-se mais promissora. O Brasil era liberal no contexto da época. 

A instrução 113 da Sumoc consolidou a legislação anterior e deu um passo adiante, autorizando a carteira de comércio exterior – CACEX, do BB, a emitir licenças de importação sem cobertura cambial para equipamentos e bens de produção. 

O período correspondente à gestão de Gudin (ministro da fazenda) testemunhou um dos mais ortodoxos programas de estabilização da história econômica contemporânea, gerando ampla crise de liquidez e substancial elevação do número de falências e concordatas no primeiro semestre de 1955, além de significativa queda na formação bruta de capital fixo. 

Ao se juntarem o descontentamento da cafeicultura com a taxa de câmbio (relativamente valorizada) para a exportação de café e o início de pressões sobre a política econômica decorrentes da aproximação das eleições presidenciais levou Gudin a pedir demissão. 

Em seu lugar foi nomeado José Maria Whitaker. Como ministro, abandonou a política de contenção de crédito, e, em relação ao combate à inflação, permaneceu no plano da retórica. 

Quanto à política cambial, Whitaker estava determinado a instituir um mercado totalmente livre, unificando as taxas e procedendo a uma razoável desvalorização cambial. A proposta foi encaminhada ao Senado e não foi aprovada.

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